Neymar, mas pode chamá-lo de Pelé
13/06/14 12:16De Teresópolis – Não é fácil ser coadjuvante. No futebol, movido a imensos egos, é ainda mais difícil.
Nos anos 1950, 1960 e 1970, Pelé era o Rei do Futebol e criou uma legião de coadjuvantes, principalmente em Copas do Mundo. Em 58 o craque do time era Didi, mas é mais fácil lembrar do garoto de 17 anos que fez um golaço após chapéu na final contra a Suécia.
Em 62 Garrincha protagonizou, mas porque Pelé se machucou. E em 1970 um time recheado de camisas 10 (Tostão, Gérson e Rivelino) ficou a mercê da definitiva coroação de Pelé.
Neymar está longe de ser Pelé e provavelmente jamais chegará a tal status. Mas nesta seleção brasileira que estreou na Copa vencendo a Croácia por 3 a 1, vai ser difícil para qualquer outro jogador protagonizar com o camisa 10 em campo.
Quem foi melhor contra os croatas: Neymar ou Oscar?
Para a Fifa, que elege o melhor de cada partida em parceria com um de seus patrocinadores, foi Neymar. Este prêmio da Fifa tem seus problemas. A votação é feita pela internet, então sempre os mais conhecidos já saem em vantagem.
A Folha de S. Paulo deu nota 8 para os dois jogadores em sua edição impressa. Como ignorar que Neymar fez dois gols em sua estreia no Mundial (tudo bem que o de pênalti foi mal batido e teve a ajuda do goleiro, que foi para a bola com mão de alface)?
Não dá para ignorar. Mas se tivesse um desempate, ficaria com Oscar. Um gol, e participação nos outros dois. O jogador que mais fez desarmes. E ele é um meia armador, não um volante brucutu.
Mais: sua presença no time titular estava sendo questionada pela imprensa, com razão, pois estava treinando mal e participou sem brilho dos dois amistosos pré-Copa. Mas parece que o nascimento saudável da filha Júlia o libertou.
Se marcar nos próximos jogos da seleção, Neymar provavelmente sempre será eleito o melhor em campo. O protagonismo do Brasil na Copa já está definido por antecipação.
Cabe então elegermos quem será o melhor entre os “normais”. Oscar está com um ponto.