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Perfil Marcel Rizzo é repórter de Esporte

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A dura missão de Dunga é fazer o Brasil aprender a jogar sem Neymar

Por Marcel Rizzo
08/06/15 12:27

Dunga tem uma missão: fazer com que a seleção brasileira aprenda a jogar sem Neymar.

A dependência pelo craque ficou evidente na reta final da Copa-2014. Neymar fraturou uma vértebra, nas quartas de final contra a Colômbia, e perdeu a semifinal contra a Alemanha. O que aconteceu? Um time em parafuso, que levou a maior goleada da história da seleção — o inesquecível 7 a 1 de Belo Horizonte.

Na disputa de terceiro lugar, em Brasília contra a Holanda, outra derrota melancólica, um 3 a 0 para decretar que, hoje, a seleção tem problema em atuar sem seu principal jogador.

O que fazer?

Dunga entendeu que não adianta trocar Neymar por outro atacante, simplesmente. Felipão fez isso no ano passado, apostando que um limitado Bernard, rápido e com “alegria nas pernas”, como disse uma vez o ex-treinador do Brasil, resolveria. A alegria não resolveu.

Dunga, claro, não sonha em perder Neymar para qualquer jogo da Copa América do Chile, que começa para o Brasil no domingo (14), contra o Peru, e principalmente nas Eliminatórias para a Copa-2018, na Rússia, que tem início em outubro. Mas se ele se machucar? E se estiver suspenso?

Muda-se o esquema. Foi o que o treinador trabalhou a semana de preparação em Teresópolis (RJ), foi o que fez no amistoso de domingo (7), contra o México, em São Paulo.

O time, sem Oscar, que machucado não vai à Copa América, já muda a maneira de jogar porque Philippe Coutinho dá mais velocidade, e o time perde cadência.

Sem Neymar, Dunga optou por deixar Diego Tardelli fixo na frente, com três homens logo atrás — Coutinho na direita, Willian centralizado e Fred na esquerda.

O garoto de 22 anos, revelado pelo Inter e hoje jogador do Shakhtar Donetsk, só está no grupo porque Luiz Gustavo foi cortado, e mostrou personalidade, apesar de ter tido uma atuação irregular contra os mexicanos.

É uma maneira totalmente diferente de jogar do que Dunga usou nos oito primeiros jogos desde que voltou, em julho, e do que Felipão fazia — Neymar ao lado de um centroavante, com dois meias e dois volantes.

E o time rendeu bem — pesa-se o fato, claro, de o México estar com um time B, que vai para a Copa América. Os principais atletas se preparam para a Copa Ouro, o torneio continental da Concacaf (a confederação das Américas do Norte, Central e Caribe).

As jogadas aconteceram naturalmente, apesar do gramado horrível do estádio do Palmeiras, e Elias, como segundo volante, teve liberdade para atacar, o que fazia em alguns momentos o Brasil ter cinco homens chegando ao mesmo tempo na frente, contando com a ajuda de um dos laterais.

Talvez nunca na história da seleção, nem na época de Pelé, o Brasil foi tão dependente de um jogador. Mas é preciso saber jogar sem Neymar.

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Del Nero se afasta da seleção e crise pode afetar Dunga e Gilmar Rinaldi

Por Marcel Rizzo
03/06/15 15:22

O esquema de corrupção na Fifa, Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e Concacaf (Confederação das Américas Central, do Norte e Caribe) desbaratada pelo FBI, a polícia federal dos EUA, afetará a seleção brasileira a curto e a média prazo.

Num primeiro momento, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, se afastará de convívio mais próximo da seleção. Ele não pretende deixar o Brasil enquanto o terremoto não diminuir e seu cargo estiver a perigo.

Há indícios de que Del Nero seja um dos cartolas se nome (os coconspiradores) citados na investigação norte-americana, e ele junta apoios no Brasil das federações locais para tentar evitar a renúncia – se bem que, caso seu nome seja escancarado, será difícil se segurar no posto.

Por isso não espere ver Del Nero no Chile durante a Copa América, que começa no próximo dia 11 e, para o Brasil, três dias depois contra o Peru.

Gilmar Rinaldi, o coordenador de seleções colocado no cargo em julho de 2014 por sugestão de Del Nero, então o todo poderoso vice da CBF de José Maria Marin, tomará as decisões pelo chefe. ]

Por exemplo: terá carta branca para discutir com os líderes do elenco o valor da premiação em caso de conquista da Copa América.

João Dória Jr, empresário do ramo de televisão e um dos manda-chuva de um grupo de lideranças empresariais, será o chefe de delegação, cargo simbólico, em que representa a CBF em eventos oficiais sem importância para o torneio em si.

Del Nero não pretende mudar a indicação, mas o Blog ouviu de pessoa próxima que ele, neste momento, se sentiria melhor se acompanhando a seleção estivesse uma pessoa mais ligada ao futebol, um cartola, que entendesse a crise e conseguisse colocar panos quentes.

Leia mais: Dunga convoca Fred para o lugar de Luiz Gustavo

A médio prazo, a preocupação do técnico Dunga e de Gilmar  Rinaldi dependerá de como a investigação afetará ou não Del Nero.

Caso ele caia da presidência, a situação de ambos vira um gigante ponto de interrogação e a prepração da seleção para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, poderá ter uma reviravolta.

Pelo estatuto da CBF, Delfim Peixoto, vice mais velho (por idade) e que preside a Federação de Santa Catarina, assumiria. Mas é possível que haja algo parecido com o que vai ocorrer na Fifa, e pressão faça com que haja nova eleição.

Dependendo quem assumir, Dunga e Gilmar não estariam seguros no cargo. Já há na CBF quem veja na saída de Del Nero e Marin a chance de contratar um técnico renomado de fora do país. Sim, pense em Guardiola.

CONVOCAÇÃO

Surpreendeu Dunga escolher Fred para o lugar do cortado (machucado) Luiz Gustavo.

O meia do Shakhtar Donetsk de 22 anos estava entre os sete reservas listados para a Copa América, e participará dos amistosos contra México, domingo (7), e Honduras, quarta (10).

Mas Dunga poderia chamar quem quisesse, e Fred não é primeiro volante como Luiz Gustavo. Aliás, não há no elenco agora um jogador com característica de “primeiro volantão”, que Dunga adora.

O mais próximo disso é Casemiro – também estão em Teresópolis Elias e Fernandinho.

A convocação de Fred mostra que Dunga já está levando muito a sério a Olimpíada de 2016, no Rio — Fred tem idade olímpica (sub-23).

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A posição que Dunga mais terá dor de cabeça para os próximos anos

Por Marcel Rizzo
01/06/15 15:09

A convocação de Geferson, jogador de 21 anos do Internacional, para a Copa América surpreende porque ele jamais havia sido chamado para o time principal ou olímpico (sub-23), mas reforça que a renovação nas laterais da seleção é o problema para Dunga neste momento.

Na direita, Danilo, 23, é o titular, e não há muito o que questionar. Titular do Porto, a ótima fase o fez ser negociado a peso de ouro (R$ 108 milhões) ao poderoso Real Madrid. Mas e seu reserva?

Dunga havia pensado em dar mais uma chance ao veterano Maicon, 33, convocado para os primeiros amistosos da nova era do treinador, em setembro passado, nos EUA.

Leia mais: Seleção se apresenta e Neymar não enfrenta o México

Mas Maicon pisou na bola, chegou atrasado em uma reapresentação de folga, disse que não sabia se queria seguir na seleção no ciclo até a Copa de 2018, na Rússia, e foi liberado.

Dunga, então, testou: Mário Fernandes, 23, ex-Grêmio atualmente no CSKA Moscou, da Rússia, e Fabinho, 21, do Monaco.

Ao ter confirmada sua posição como técnico do time olímpico, que tentará o ouro inédito nos Jogos do Rio, Dunga optou por Fabinho na Copa América, já que ele tem idade olímpica.

O mesmo raciocínio foi usado para chamar Geferson, do Inter, com a diferença que o atleta não havia tido chance – Fabinho teve duas convocações, inclusive substituindo Maicon nos EUA.

Na esquerda, Dunga havia desistido de renovar por falta de opções. Filipe Luís, o titular, tem 29 anos, e tem sido reserva no Chelsea. Mas é um dos mais elogiados internamente pela comissão técnica da CBF, principalmente por sabe marcar.

O reserva dele na Copa América seria Marcelo, 27, titular do Real Madrid, titular na Copa-2014, mas que não se dá tão bem com Dunga – resquício das más atuações e relacionamento ruim nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

Antes, Dunga havia chamado Alex Sandro, outro do Porto, sem sucesso (jogador esteve machucado) e Dodô, da Inter de Milão, e não gostou. Preferiu superar qualquer trauma com Marcelo e convocá-lo, mas uma lesão tirou o jo0gador do Real do torneio.

Sem opções, preferiu olhar para frente, para a Olimpíada, e vai testar Geferson. Quando assumiu, Dunga disse que a prioridade são as Eliminatórias para a Copa-2018, que começam em outubro.

Nas laterais, pelo menos, a Copa América servirá como observatório.

 

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Dunga tem disputa por vaga de titular em quase metade do time

Por Marcel Rizzo
26/05/15 14:39

Dunga iniciará os treinamentos no centro de treinamento da CBF, na Granja Comary, na próxima segunda (1) com um time base em mente para iniciar a Copa América, duas semanas depois.

Mas há disputas em aberto em alguns setores, que devem tornar interessantes esses 14 dias e os dois amistosos pré-competição, dia 7 de junho, contra o México, no estádio do Palmeiras, em São Paulo, e dia 10, frente a Honduras, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Hoje, o time base seria Jefferson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Philippe Coutinho; Neymar e Diego Tardelli. Mas…

Leia mais: Veja os sete reservas para a Copa América

ZAGA

Dunga deve iniciar o trabalho com Thiago Silva e Miranda como titulares. Pode parecer estranho, já que ambos só foram jogar juntos nos dois últimos amistosos, contra França e Chile, mas Dunga fez esse teste justamente porque não sente confiança em David Luiz. Mesmo assim, o carismático zagueiro entra na briga com Thiago Silva, que terá de mostrar que psicologicamente estará bem para defender a seleção novamente.

LATERAL ESQUERDA

Filipe Luís é um dos queridinhos de Dunga, muito elogiado desde que o técnico assumiu, em julho de 2014. Mas Marcelo é, reconhecidamente, mais talentoso. Filipe Luís marca melhor, tem mais segurança, mas se Dunga precisar de ousadia, pode rever o titular da posição.

SEGUNDO VOLANTE

Elias terminou os amistosos como titular, mas está em péssima fase no Corinthians. Fernandinho seria o favorito para ocupar a vaga caso Elias vire reserva, mas é bom prestar atenção em Casemiro. Se treinar bem, pode surpreender.

VAGA DO OSCAR

Oscar foi titular em sete dos oito jogos que Dunga comandou desde que voltou à seleção brasileira. Machucado, ficou fora da Copa América, o que abriu espaço entre os titulares. Favorito para a vaga, no momento, é  Phillipe Coutinho, mas Dunga tem outras opções, até se quiser mudar o esquema tático.

Poderia usar dois atacantes mais próximos da área, colocando Firmino com Tardelli, ou então Douglas Costa ou Everton Ribeiro, que cadenciariam mais o jogo. Ainda há Robinho (imagina ao lado de Neymar e de um centroavante?). A saída de Oscar abriu um leque de opções para o treinador.

CENTROAVANTE

Tudo bem, Diego Tardelli e Firmino não são aqueles camisas 9 clássicos, mas são as opções de Dunga. Por enquanto o técnico ainda confia em Tardelli, apesar de ele estar escondido na China e de ter se machucado na última convocação. Isso fez com que Firmino mostrasse trabalho, e dependendo dos treinos e amistosos não é impossível Tardelli virar banco.

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Com Neymar e Rafinha do Barcelona, Dunga monta base da seleção olímpica

Por Marcel Rizzo
17/05/15 08:40

Dunga diz que sua prioridade na seleção brasileira, no momento, é iniciar as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, bem. O torneio todos contra todos da América do Sul começa em outubro e acaba em novembro de 2017.

Mas o treinador já trabalha há algum tempo também no time que vai montar nos Jogos Olímpicos de 2016. A saída de Alexandre Gallo do time sub-23 que tentará o inédito ouro foi anunciada em 8 de maio, mas estava decidida há mais tempo.

E Dunga, que assumiu o comando da equipe, já tem alguns eleitos para a competição com idade sub-23 – pelo regulamento, três jogadores acima do limite poderão ser chamados. Um deles, claro, será Neymar.

Dois deles disputarão a Copa América: o zagueiro Marquinhos, do PSG, e o lateral-direito Fabinho, do Monaco.

Marquinhos é chamado desde a primeira convocação no retorno de Dunga, em setembro de 2014, e é considerado fenômeno até por companheiros de clube como o sueco Ibrahimovic.

Fabinho teve chance relâmpago também em setembro, mas depois que Maicon foi cortado por indisciplina (chegou atrasado na reapresentação pós-folga).

Voltou ao time em março, já que Dunga não viu jogador com qualidade para a reserva de Danilo.

A espinha dorsal do time olímpico começa pelos dois, mas é preciso analisar os sete suplentes convocados para a Copa América – além dos 23 convocados, a CBF precisou enviar à Conmebol mais sete nomes, que poderão ser inscritos no lugar de qualquer num dos 23 até 1° de junho, quando a lista final é enviada à Confederação Sul-Americana.

Veja a lista de suplentes da Copa América

Dos sete, três têm idade olímpica e todos são meias: Fred, do Shakhtar Donetsk (já convocado para a seleção principal), Rafinha Alcântara, o filho do ex-lateral e volante Mazinho e irmão do Thiago do Bayern, jogador do Barcelona, e Felipe Anderson, que tem arrebentado na Lazio.

Felipe, por sinal, esteve em uma pré-lista elaborada por Dunga para os amistosos de março, contra França e Chile. O técnico acabou optando por manter Douglas Costa e dar mais uma chance a ele.

Com um lateral, um zagueiro, meias e Neymar, uma espinha dorsal está formada para 2016. Mas há problemas: o goleiro, já que não há um grande arqueiro sub-23, e um centroavante, problema até para a seleção principal.

 

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Dunga queria a seleção olímpica, e CBF temia problema com Gallo campeão

Por Marcel Rizzo
10/05/15 09:04

Desde que assumiram a seleção brasileira, em julho de 2014, Gilmar Rinaldi, como coordenador, e Dunga, o treinador, pensavam que o melhor era o técnico também acumular o cargo no time olímpico, o sub 23.

Como alguns jogadores com esta idade farão parte da seleção principal, casos de Fabinho e Marquinhos atualmente, e nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 haverá ainda três jogadores acima dos 23 anos, um deles Neymar, era natural a ambos que os trabalhos se completavam.

Havia um problema: Alexandre Gallo. Adorado pelo então presidente da CBF José Maria Marin, e um pouco menos pelo presidente eleito Marco Polo Del Nero, Gallo reinava na base.

Era o técnico do time olímpico, do sub-20 e coordenava toda o departamento, indicando os técnicos do sub 17 e sub 15. Em menos de três meses perdeu tudo isso.

Gallo deixa comando da seleção olímpica e Dunga assume

Duas situações com relação a Gallo incomodavam a dupla que manda na seleção.

Primeiro que Gallo não tem pedigree em categoria de base. O ex-volante pouco havia trabalhado com garotos até assumir o cargo, em janeiro de 2013 deixando cargo de técnico principal do Náutico.

Tanto que foi Erasmo Damiani, executivo do futebol especializado na base, quem assumiu a coordenação em fevereiro, quando Gallo ficou apenas como técnico.

Antes da demissão de Gallo, Damiani já havia trocado os técnicos do sub 15 e sub 17, ligados a Gallo, por treinadores especializados nas categorias inferiores.

O segundo incômodo para a dupla era a caixa preta que, para eles, havia no departamento.

Um caso recente pode ter sido determinante para a queda de Gallo. Ele não chamou o meia Gerson, do Fluminense, para o Mundial sub-20, que começa em 30 de maio na Nova Zelândia.

Internamente, Gallo disse que o jogador não queria ser convocado, mas o estafe do atleta negou á dupla da CBF que o atleta não queria ir.

Um fórum de debate sobre o futebol de base, há alguns meses na CBF, também fez com que a relação de Gallo com a dupla forte da seleção ficasse abalada. O então coordenador da base não chamou Rinaldi e Dunga, que aparecerem de surpresa no evento.

Demitir Gallo três dias antes de o time sub 20 se apresentar para o Mundial foi necessário, para a dupla, porque era uma decisão que já estava tomada e aprovada por Del Nero e, caso Gallo fosse bem no Mundial sub 20, seria difícil explicar uma demissão após título, por exemplo.

Também mostra a força de Dunga.

Dunga sempre quis treinar o time olímpico nos Jogos em casa. Acha que pode ganhar o título e a torcida para a Copa de 2018.

E com o outo inédito entraria de vez para a história da seleção também como treinador. Algo que achou injusto não conseguir na Copa de 2010, eliminado nas quartas de final para a Holanda.

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Dunga perde titular e característica da seleção vai mudar na Copa América

Por Marcel Rizzo
05/05/15 12:26

Dunga perdeu um titular para a Copa América. E o time terá que mudar sua forma de jogar.

Oscar esteve entre os 11 que começaram jogando em sete das oito partidas que Dunga comandou a seleção brasileira nesta segunda passagem.

Ficou fora apenas no último, contra o Chile, em Londres, porque o técnico quis testar outros atletas e colocou em campo uma equipe com “reservas”.

Surpreendeu o nome do meia de 23 anos, titular na Copa-2014, ficar fora da lista de 23 convocados para a Copa América, nesta terça (5), no primeiro torneio oficial depois do Mundial, mas Dunga explicou que ele se machucou em seu clube, o Chelsea.

Em seu lugar foi convocado Everton Ribeiro, ex-Cruzeiro, atualmente no Al-Ahli, dos Emirados Árabes, mas o meia não é o favorito para ocupar o lugar de Oscar.

Philippe Coutinho, 22, destaque do Liverpool nesta temporada, esteve em todas as convocações de Dunga até o momento. Contra o Chile, foi testado no lugar de Oscar, e agradou.

Ele é o favorito para ser o novo titular da seleção brasileira, pelo menos nos amistosos pré-Copa América, contra o México, dia 7 de junho, no estádio do Palmeiras, em São Paulo, e Honduras, dia 10 de junho, no Beira-Rio, em Porto Alegre.

Isso deve fazer com que o time mude um pouco a característica. Sai um Oscar que joga mais cadenciado, e entra o arisco Coutinho, que tem um jeito de atuar mais parecido com o de Neymar.

Além de Coutinho e Everton, uma outra opção seria Douglas Costa, mas hoje o atleta do Shakhtar Donetsk é reserva imediato de Willian, não de Oscar.

Leia mais: Veja os adversários do Brasil na Copa América

O time

Com base na lista, o time ideal do treinador, neste momento, seria Jefferson; Danilo, David Luiz (ou Thiago Silva), Miranda e Filipe Luís; Luiz Gustavo, Elias, Willian e Philippe Coutinho; Neymar e Diego Tardelli.

A disputa mais acirrada é de quem será o companheiro de Miranda na zaga. Da dupla titular na Copa-2014, Thiago Silva e David Luiz, um vai sobrar. E, neste momento, a balança pesa favoravelmente a Thiago Silva.

Nos dois últimos amistosos, contra França e Chile, a dupla foi Thiago/Miranda. David estava machucado, mas o detalhe é que Dunga repetiu a dupla de zaga nos dois jogos citados enquanto mudava quase todo o restante do time. Dunga queria observar mais detalhadamente como se saíam os dois jogadores, que nunca tinham atuado juntos.

Há mais questões a se debater sobre o time que Dunga usará. No meio, Elias parece ter um pouco de vantagem sobre Fernandinho, mas não tem atuado bem pelo Corinthians.A avaliação da comissão técnica é que Elias dá mais velocidade e qualidade na saída de bola, mas em algum  momento a melhor marcação de Fernandinho pode fazer diferença.

No ataque, Diego Tardelli perdeu as duas últimas convocações de Dunga (a primeira por causa do Brasileiro, ainda estava no Atlético-MG na reta final da competição, e a segunda por lesão já no Shandong Luneng, da China).

O próprio Dunga admitiu que Tardelli, por jogar na China agora, será pressionado. E Firmino, opção para a posição, agradou nso quatro jogos que fez pela seleção, marcando inclusive um golaço contra a Áustria. O parceiro de Neymar pode estar em aberto na Copa América do Chile.

Dunga manteve a palavra e convocou somente atletas que já havia chamado em algum momento desde agosto, quando fez a primeira lista para enfrentar Colômbia e Equador nos EUA.

Surpresa mesmo foi Casemiro, do Porto, que havia atuado apenas 18 minutos contra a Turquia, outros 8 minutos frente à Áustria, em novembro, e está convocado. Ocupou a vaga de Souza, do São Paulo, que Dunga admirava mas achou que foi muito mal no amistoso contra o Chile, em março.

 

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Robinho na lista para corrigir o erro das duas últimas Copas do Mundo

Por Marcel Rizzo
04/05/15 15:04

De São Paulo – Dunga olhava para o banco de reservas durante a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e via como opções ofensivas Júlio Baptista, Nilmar e Grafite.

Nada empolgante e, talvez, o técnico tenha se arrependido de não ter levado um jogador mais experiente, e qualificado, como Ronaldinho Gaúcho.

Na Copa de 2014, Luiz Felipe Scolari perdeu lesionado sua principal estrela, Neymar, atacante que carregava o time nas costas, antes da semifinal contra a Alemanha.

Como Dunga quatro anos antes, Felipão olhou para o banco e viu como opções ofensivas jogadores sem bagagem e tecnicamente questionáveis, como Jô e Bernard. Optou pelo segundo, e, não só por isso, mas também por isso, o Brasil levou a maior goleada de sua história, o 7 a 1.

Essas duas convocações foram feitas mais com base na confiança do treinador no atleta, do que pela qualidade técnica e tática.

Veja os adversários do Brasil na Copa América

Nesta terça (5), às 11h, na sede da CBF, no Rio, Dunga, de volta à seleção, convocará para seu primeiro torneio oficial, a Copa América do Chile, que será disputada de 11 de junho a 4 de julho.

Será surpresa se Robinho, 31, não estiver na lista.

Robinho esteve cotado para ser chamado por Felipão no Mundial do ano passado (apareceu até entre as figurinhas do álbum oficial da competição), mas o técnico optou por Hernanes, para ter reforço no meio de campo.

Provavelmente o Brasil, sem Neymar, perderia da Alemanha de qualquer maneira na semifinal do Mineirão, mas imagine se em vez de Bernard, Robinho entrasse em campo?

O Robinho que levou o Santos ao título paulista é um jogador maduro. Atua com muito mais simplicidade do que quando surgiu, em 2002, e com muito mais qualidade nos passes. É um jogador que não será titular da seleção brasileira, mas uma ótima opção para dar experiência a um time que continuará bastante jovem.

Dunga errou em 2010 a desprezar jogadores  mais experientes no Mundial, ou até com mais qualidade. A Copa América vai mostrar que ele não repetirá o erro em 2018, na Rússia.

PS: Kaká não deve ser convocado, mas se encaixa bem no quesito experiência com qualidade.

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O Mundial sub-20 mais importante de todos os tempos

Por Marcel Rizzo
30/04/15 17:16

De São Paulo – Nunca um Mundial sub-20 foi tão importante para a seleção brasileira como será este de maio e junho, na Nova Zelândia.

O resultado, que normalmente é o que menos importa em torneios de base, já que o objetivo é formar bons jogadores, desta vez definirá o destino de uma seleção mais importante, a olímpica (que nos Jogos do Rio-2016 terá a maior parte do elenco formado por atletas com até 23 anos).

Alexandre Gallo, que dirige os times olímpico e sub-20, tem no Mundial da Oceania seu único torneio oficial antes da Olimpíada. Se fracassar, pode ver o trabalho que iniciou em 2013 no time olímpico ir por água abaixo.

O que seria um fracasso no Mundial? Não chegar até a semifinal é um exemplo. Uma derrota elástica outro (há a possibilidade de um Brasil x Alemanha já nas oitavas de final).

A péssima campanha no Sul-Americano de janeiro, no Uruguai, um quarto lugar que classificou o time no limite para a Copa do Mundo sub-20, fez com que Gallo balançasse no cargo. Houve até uma reunião em que ele precisou expor que os trabalhos na sub-20 e na equipe olímpica eram distintos.

Gallo perdeu a coordenação da base – a CBF contratou o executivo Erasmo Damiani, ex-Palmeiras -, mas ficou como treinador.

Veja a chave do Brasil no Mundial sub-20

Para tentar uma melhor sorte no Mundial, fez uma convocação com apenas nove dos 23 atletas que levou para o Uruguai – chamou 26, e dia 15 de maio cortará para 21, os que serão inscritos no Mundial.

E apostou em jogadores que estão fora do Brasil há bastante tempo, como Andreas Pereira, do Manchester United, e Jean Carlo, do Real Madrid, que nunca atuaram no país.

Estas apostas, na verdade, fazem parte de um dos argumentos que usou para permanecer no cargo: o mapeamento de atletas que deixaram o Brasil crianças, se naturalizaram por outros países e podem não defender o Brasil no futuro.

O caso Diego Costa, que preferiu a Espanha ao Brasil, traumatizou a cúpula da CBF.

Os nove remanescentes do Sul-Americano poderiam ser dez. Gerson, do Fluminense, fez um Sul-Americano irregular, mas tem qualidade e foi inclusive apontado por revistas especializadas da Europa como a única revelação do Brasil com potencial no Sul-Americano.

Há duas versões para sua não convocação. A primeira, de que a CBF procurou o atleta, e ele não respondeu ao chamado. Há relatos de que ele comentou no Sul-Americano que não queria participar do Mundial, descontente com as cobranças.

Jorge Machado, procurador de Gerson, diz que o jogador estava à disposição e que respeita a escolha de Gallo de não levá-lo.

Kenedy, companheiro de Gerson no Flu, e que esteve também no Sul-Americano, está na lista.

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Del Nero impõe estilo menos boleiro à CBF e obsessão é o ouro olímpico

Por Marcel Rizzo
22/04/15 16:01

De São Paulo – José Maria Marin foi jogador de futebol entre 1949 e 1954, sem muito sucesso. Mas o lado boleiro o fazia discutir com desenvoltura sobre tática e jogadores convocados com os convidados à sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

Por esse motivo, pedia que os treinadores da seleção brasileira enviassem a ele, com dois dias de antecedência, a lista dos jogadores que seriam convocados para amistosos ou torneios oficiais. Queria saber de cor o nome dos atletas caso fosse perguntado sobre o desempenho desse ou daquele atleta – para sua frustração, nunca era questionado a respeito disso.

Marco Polo Del Nero, que assumiu a cadeira de principal dirigente esportivo do país na quinta-feira passada (16), nunca jogou futebol profissionalmente. E seu conhecimento técnico e tático de futebol é restrito – teve curta experiência como diretor de futebol do Palmeiras, portanto pouco precisou contratar treinadores ou jogadores.

Ficou famoso o áudio captado pelos canais “ESPN” de Marco Polo, já presidente eleito da CBF, perguntando ao coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi, sobre as novidades da convocação de Dunga para os amistosos de outubro de 2014. Não sabia, por exemplo, que Mário Fernandes era lateral direito, não esquerdo, ou a idade dele e de Dôdo, as novidades para aqueles jogos na Ásia – sorriu ao saber que eram jovens talentos.

Leia mais: Del Nero comprou imóvel de luxo de parceiro da CBF

O estilo de Del Nero não vai diminuir a cobrança sobre Dunga, mas cria uma nova relação do presidente da CBF com os membros da diretoria e comissão técnica das seleções.

Sai o boleiro Marin, e entra um Del Nero que mesmo quando criticou a derrota de 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o fez mais mirando o estilo de conduta do treinador Luiz Felipe Scolari do que as opções técnicas e táticas do treinador.

Somente dois presidentes da CBF (antiga CBD) foram campeões do mundo: João Havelange, em 1958, 1962 e 1970, e Ricardo Teixeira, em 1994 e 2002. Del Nero pode se juntar a eles nos próximos anos, mas sonha mesmo em ser o presidente que deu ao Brasil um título inédito: o ouro olímpico.

Além disso, pode também ser o cartola que venceu um torneio mundial dentro de casa. Até hoje, o Brasil fracassou nas Copas de 1950 e 2014 e a Olimpíada de 2016 será no Rio [com jogos de futebol em Belo Horizonte, Salvador, Manaus, Brasília e, talvez, São Paulo].

Por esse motivo bancou a permanência de Alexandre Gallo no comando da seleção olímpica – acha que é preciso treinar a equipe com antecedência, mesmo que não seja Gallo o técnico durante o torneio.

Só não pode se esquecer que no fracasso de 2014, com a pior derrota da história da seleção brasileira, ele já era o presidente eleito, e quem mandava de fato na CBF.

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