O Mundial sub-20 mais importante de todos os tempos
30/04/15 17:16De São Paulo – Nunca um Mundial sub-20 foi tão importante para a seleção brasileira como será este de maio e junho, na Nova Zelândia.
O resultado, que normalmente é o que menos importa em torneios de base, já que o objetivo é formar bons jogadores, desta vez definirá o destino de uma seleção mais importante, a olímpica (que nos Jogos do Rio-2016 terá a maior parte do elenco formado por atletas com até 23 anos).
Alexandre Gallo, que dirige os times olímpico e sub-20, tem no Mundial da Oceania seu único torneio oficial antes da Olimpíada. Se fracassar, pode ver o trabalho que iniciou em 2013 no time olímpico ir por água abaixo.
O que seria um fracasso no Mundial? Não chegar até a semifinal é um exemplo. Uma derrota elástica outro (há a possibilidade de um Brasil x Alemanha já nas oitavas de final).
A péssima campanha no Sul-Americano de janeiro, no Uruguai, um quarto lugar que classificou o time no limite para a Copa do Mundo sub-20, fez com que Gallo balançasse no cargo. Houve até uma reunião em que ele precisou expor que os trabalhos na sub-20 e na equipe olímpica eram distintos.
Gallo perdeu a coordenação da base – a CBF contratou o executivo Erasmo Damiani, ex-Palmeiras -, mas ficou como treinador.
Veja a chave do Brasil no Mundial sub-20
Para tentar uma melhor sorte no Mundial, fez uma convocação com apenas nove dos 23 atletas que levou para o Uruguai – chamou 26, e dia 15 de maio cortará para 21, os que serão inscritos no Mundial.
E apostou em jogadores que estão fora do Brasil há bastante tempo, como Andreas Pereira, do Manchester United, e Jean Carlo, do Real Madrid, que nunca atuaram no país.
Estas apostas, na verdade, fazem parte de um dos argumentos que usou para permanecer no cargo: o mapeamento de atletas que deixaram o Brasil crianças, se naturalizaram por outros países e podem não defender o Brasil no futuro.
O caso Diego Costa, que preferiu a Espanha ao Brasil, traumatizou a cúpula da CBF.
Os nove remanescentes do Sul-Americano poderiam ser dez. Gerson, do Fluminense, fez um Sul-Americano irregular, mas tem qualidade e foi inclusive apontado por revistas especializadas da Europa como a única revelação do Brasil com potencial no Sul-Americano.
Há duas versões para sua não convocação. A primeira, de que a CBF procurou o atleta, e ele não respondeu ao chamado. Há relatos de que ele comentou no Sul-Americano que não queria participar do Mundial, descontente com as cobranças.
Jorge Machado, procurador de Gerson, diz que o jogador estava à disposição e que respeita a escolha de Gallo de não levá-lo.
Kenedy, companheiro de Gerson no Flu, e que esteve também no Sul-Americano, está na lista.