Time olímpico deverá ter veteranos convocados para uma mesma posição
27/08/14 16:51De São Paulo – A importante informação de que a CBF elabora um projeto, que será enviado ao governo federal, para incluir adendo na Lei Pelé que possa fazer com que atletas entre 12 e 14 anos possam ter vínculos com clubes (leia sobre isso aqui) fez passar despercebida outra interessante informação passada por Alexandre Gallo, técnico da seleção brasileira olímpica, em entrevista à Folha há duas semanas.
Segue a frase de Gallo sobre como, se a Olimpíada de 2016, no Rio, fosse hoje, convocaria os três veteranos, aqueles jogadores com mais de 23 anos que a regra da competição permite que estejam no elenco de 18 inscritos.
“É um conceito meu: você pode pulverizar força ou concentrar força. Por exemplo: se a Argentina jogasse a Olimpíada e levasse Messi, Agüero e Higuaín? Não preocuparia? Você concentrando força num setor você ganha aquele setor”, disse Gallo.
Ele admitiu que é um conceito de hoje, que daqui um ano e meio, quando o time estiver melhor desenhado para os Jogos, sua ideia pode ser outra. Mas parece improvável que isso ocorra.
A teoria é que optando pelas convocações de veteranos divididos entre setores – um zagueiro, um meia e um atacante, por exemplo – as forças ficam pulverizadas.
Imagine um ataque com três atletas experientes enfrentando defesas com atletas com menos de 23 anos?
Por isso, hoje os três veteranos convocados seriam do setor ofensivo, para vencer esse setor com Neymar e mais dois atacantes ou meia-atacantes.
Pulverizar as convocações de atletas acima de 23 anos foi regra nas últimas convocações para Olimpíadas. Em 2012, em Londres, Mano Menezes chamou dois defensores (Thiago Silva e Marcelo) e um atacante (Hulk). O Brasil levou a medalha de prata perdendo a decisão para o México, 2 a 1.
Em 2008, com Dunga, hoje treinador da seleção principal mas que na primeira passagem dividiu função com o time olímpico, apenas dois veteranos foram a Pequim, o meia Ronaldinho e o atacante Robinho.
Eles abriu mão de um terceiro jogador com mais de 23 anos e o Brasil ficou com a medalha de bronze.
Em 2000, para Sidney, Vanderlei Luxemburgo optou por não convocar atletas com mais de 23 anos e acabou eliminado nas quartas de final, perdendo por 2 a 1 para Camarões.
Na época a decisão causou polêmica, principalmente após o vexame de nem chegar às semifinais.
Em 1996, Zagallo pulverizou totalmente: os veteranos foram o zagueiro Aldair, o meia Rivaldo e o atacante Bebeto (apesar de campanha de torcedores e mídia por Romário). O time perdeu na semifinal para a Nigéria e ficou com o bronze.
O problema de Gallo é que dificilmente ele terá jogos para treinar o time com Neymar e os outros dois atacantes, ou meia-atacantes, escolhidos.
A seleção olímpica terá um calendário paralelo ao time principal, portanto Neymar nunca estará disponível para a equipe olímpica, que pode fazer até 20 jogos até 2016.