A cota da juventude na seleção brasileira
18/07/14 17:05De São Paulo – Passou quase despercebido o ponto mais importante da confusa entrevista concedida pela cúpula da CBF na manhã de quinta (17).
Ofuscada pela apresentação de Gilmar Rinaldi como coordenador das seleções, a proposta do outro coordenador, Alexandre Gallo, o da base, sobre a cota de jovens na seleção principal foi a novidade do encontro.
Resumindo: Gallo propõe que de 30% a 40% de toda lista de convocados da seleção principal, nos amistosos e nos jogos oficiais (Copa América-2015 e Eliminatórias para 2018), seja formada por atletas entre 20 e 22 anos.
Explica o coordenador que esses jogadores, que formarão a base olímpica sub-23 que tentará o inédito ouro em 2016, entram num limbo em que não têm onde jogar pelas seleções quando chegam aos 20 anos.
Eles não têm idade para o time sub-20 e tampouco aparecem na seleção principal, a não ser que sejam foras de série como Neymar e Oscar. E hoje, como vimos na Copa, faltam foras de série no Brasil.
Neymar, Oscar e até Bernard não terão idade olímpica em 2016, 23 anos, portanto os jogadores do limbo formarão a base que tentará o ouro, mas perderão experiência em seleção se não tiverem chance na principal.
A ideia não parece ruim, até porque se clama por uma melhora na formação de jogadores no Brasil. Mas precisa combinar isso com o novo treinador.
O Brasil terá o ouro olímpico em casa como prioridade, mas também a classificação para a Copa da Rússia em 2018 como necessidade.
E a previsão é de que o Brasil enfrente sua mais complicada Eliminatória, com equipes como Colômbia, Chile, Argentina e Uruguai com times, pelo menos neste momento, formados, enquanto o Brasil ainda procura um técnico – são quatro vagas diretas para a Copa, com o quinto na Eliminatória disputando uma repescagem.
Será que iniciar a Eliminatória, em setembro de 2015, e jogar uma Copa América, três meses antes, com quase metade do time com garotos de 21 e 22 anos, a maioria jogadores comuns, é a revolução que o futebol brasileiro precisa?