Estratégia que embala o Brasil na Copa é emoção e Neymar contra a rapa
28/06/14 19:55De Belo Horizonte – Dá para ganhar? Sim.
Em torneios como o Mundial, de tiro curto, com a maioria dos jogos eliminatórios, times que não são tão bem acabados taticamente podem vencer. Mas assusta ver como o treinador não tem opções para mexer no time durante as partidas.
Nos quatro jogos realizados, em nenhum a equipe brilhou. Alguns jogadores tiveram atuações individuais destacadas, como Oscar contra a Croácia, Thiago Silva ante o México, Neymar frente Camarões e Júlio César diante dos chilenos na vitória nos pênaltis, 3 a 2, neste sábado (28).
Felipão, desde sempre, usa o emocional para vencer. Foi assim no Grêmio e Palmeiras dos anos 90, e na seleção de 2002.
A diferença é que 12 anos atrás, na Copa do Japão e da Coreia do Sul, o Brasil tinha três jogadores diferenciados, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Rivaldo, e Felipão acertou um esquema defensivo eficiente – afinal o Brasil jogava longe de casa e não fazia mal primeiro se defender e depois atacar.
Mas em 2014 há somente um diferenciado. Chamou a atenção o close da TV em Neymar na metade do segundo tempo. “Só preciso de uma bola”, dizia o atacante para alguém que não se conseguiu identificar.
A tática, muitas vezes, é essa. Uma bola no Neymar, e ele contra a defesa adversária.
O choro dos jogadores em campo após o empate, 1 a 1, e a ida para os pênaltis mostra que o emocional está no limite. O trabalho psicológico de Felipão é um de seus trunfos, resta saber como ele fará para brecar essa sensação dos atletas de que são obrigados a ganhar o Mundial em casa como vida ou morte.