De São Paulo – Hoje, quarta-feira, Marco Polo Del Nero será eleito presidente da CBF. Sem rival, ele será aclamado, mas ainda não assumirá.

Seu mandato terá início apenas em 2015. A antecipação da eleição para 2014 foi uma maneira de evitar que o resultado da Copa do Mundo (dentro e fora de campo) interferisse na eleição.

Fica na teoria, porém, que Del Nero será o presidente da CBF somente a partir do ano que vem. Ele já comanda a entidade. Imagine o seguinte: José Maria Marin é o rei, que participa dos eventos, mas quem manda realmente é o primeiro-ministro, Marco Polo Del Nero.

Mas o que Del Nero pensa sobre a seleção brasileira? A troca de Mano Menezes por Felipão, no final de 2012, já teve o dedo de Del Nero, que procurava um treinador carismático para comandar o Brasil na Copa do Brasil.

E depois do Mundial? Marin já disse que gostaria que Felipão ficasse, mas ganhando ou perdendo o treinador campeão em 2002 tem pouco a ganhar permanecendo na CBF.

Sem o peso de disputar a Copa no Brasil, Del Nero pode optar por um perfil mais jovem. Tite, por exemplo, está em período sabático, vai assistir a Copa como observador e é um nome cogitado, pelo menos pela imprensa.

Mas talvez não seja o que Del Nero imagine como melhor opção para preparar o Brasil para a Copa de 2018, na Rússia. O técnico pós-Felipão ainda é uma incógnita.

Há outras prioridades também. Del Nero entende que seu mandato precisa conquistar o que outros não conseguiram. O ouro olímpico em 2016, no Rio, e um título mundial feminino.

O time olímpico, se nada mudar, será comandado no Rio por Alexandre Gallo, coordenador dos times de base da CBF. Já será uma mudança, já que nas últimas Olimpíadas o treinador do time principal era também o técnico do time sub-23.

O futebol feminino, a CBF entende, pode ser atraente para patrocinadores e gerar mais dinheiro para a entidade. Mas é preciso uma seleção forte, para ter um campeonato forte.

Para isso, Del Nero chamou um velho conhecido para ser o treinador da seleção feminina, Oswaldo Alvarez, o Vadão, famoso por bons trabalhos em times do interior paulista, reduto de Del Nero.

Um pedido de Marin, que será atendido por Del Nero, é que a seleção brasileira rode pelo Brasil durante os jogos das eliminatórias para o Mundial da Rússia, a partir do ano que vem.

A ideia é atuar nos nove jogos como mandante em estádios construídos ou reformados para a Copa, principalmente aqueles que receberam o apelido de “elefante branco”, como Manaus, Cuiabá e Natal.

Então ficou combinado mais ou menos assim: a seleção de Del Nero fará amistosos pelo mundo, ganhando dinheiro, e jogará as eliminatórias por todo o Brasil, não apenas no eixo Rio-SP-BH.

ATUALIZAÇÃO: Del Nero não foi aclamado, já que houve dois votos em branco e o presidente do Figueirense não votou porque seu clube tem problemas jurídicos para permanecer na Série A.