De São Paulo – Carlos Alberto Parreira, coordenador técnico da seleção brasileira, dá de ombros quando ouve que menos de um quarto dos jogadores que deve disputar a Copa de 2014 tem um mundial no currículo.

Diz ele que a novidade pode ser um trunfo porque os atletas estarão motivados na estreia e, claro, para tentar colocar o nome na história da seleção vencendo um Mundial.

Seleção brasileira é sinônimo de Copa do Mundo. Daqui a 20 anos,  a história de Neymar, o craque do momento, será contada de um jeito se ele vencer uma ou mais Copas e de outro se perder todas que disputar.

Não por acaso que dez dos 11 jogadores eleitos por um júri escolhido pela Folha como a seleção brasileira de todos os tempos venceram uma Copa. A lista foi publicada domingo, em um caderno especial comemorativo aos 100 anos da seleção, completados em 2014 (o leitor da Folha pode montar a sua seleção).

O time: Gylmar; Carlos Alberto Torres, Aldair, Mauro Ramos e Nilton Santos; Falcão, Didi e Pelé; Garrincha, Romário e Ronaldo.

Dos eleitos somente Falcão não esteve em uma seleção que levantou o troféu. Jogou as Copas de 1982 e 1986 e é o representante do mágico time de 82, que encantou e ficou marcada como um das melhores seleções da história.

Mas perdeu. No Brasil, se dá pouco valor ao segundo colocado. É o primeiro dos últimos, como dizem.

O critério utilizado por muitos dos eleitores que votaram na seleção de todos os tempos foi ter sido campeão mundial. Foi o meu.

Do time escolhido pela Folha, as diferenças na minha lista foram o lateral-direito Cafu, não Carlos Alberto, e o meio Rivaldo, não Falcão. Rivaldo foi melhor jogador do que Falcão ou do que Zico? Provavelmente não. Mas fez uma Copa espetacular em 2002, última conquistada pelo Brasil.

Ter sido um dos melhores jogadores da história do FUTEBOL brasileiro não significa ter sido um dos melhores da história da SELEÇÃO brasileira.